'Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta.
Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma.
Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta.
E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer.
Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda?
E não fique esperando que alguém faça isso por você.
'Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente'
[Caio Fernando Abreu]